quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Em 2012, onze policiais foram mortos no Estado


Este ano o número de soldados da Polícia Militar assassinados no Rio Grande do Norte chegou a nove, mas o que chama a atenção é o fato de que, na ocasião dos homicídios, a maioria das vítimas estava de folga do serviço. Em apenas dois casos, os policiais  estariam em atividade operacional, como foi o caso do policial Fernando Quirino da Silva, 38 anos, morto a tiros no começo da tarde de segunda-feira, dia 5, numa perseguição a dois assaltantes que tinham acabado de assaltar um mercadinho na cidade de São Tomé, a 110 km de Natal.

A outra vítima que estava em serviço foi o guarda patrimonial Jorge Pontes Damasceno, assassinado supostamente por traficantes na noite de 18 de agosto de 2012, quando prestava serviço de vigilância numa escola pública das Quintas, na zona Oeste de Natal.

Quanto aos outros sete homicídios, um levantamento realizado pela Associação de Cabos e Soldados da PM-RN aponta que em apenas dois casos as vítimas faziam "bicos", ou seja, trabalhavam fora do expediente da Polícia Militar: Sérgio Henrique dos Santos foi morto a tiros na noite do dia 20 de agosto, quando prestava serviço de segurança ao banqueiro do jogo do bicho Gilberto Tavares da Costa, que também foi assassinado naquele dia.

Já o soldado Algarim Medeiros da Silva foi morto durante um assalto na noite de 8 de setembro, quando fazia segurança de transporte de valores, na Vila Paraíso, na zona Norte de Natal.

Pelo levantamento da ACS/ PM-RN, a cada mês ou dois meses são mortos, em média, um policial militar no Rio Grande do Norte, sem contar os policiais que se feriram em confronto com bandidos ou em outras circunstâncias. 

O comandante da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, disse que a corporação preocupa-se com essa onda de assassinatos contra praças, principalmente com aqueles que "são vítimas do fogo cruzado", como ocorreu com o soldado Fernando Quirino, que foi alvejado ainda dentro da viatura Gol da PM, no sítio Malagueta, a 2 km de Lajes Pintadas, onde a vítima era lotada. 

O coronel Araújo Silva reconhece que também existe aqueles que são mortos fora do serviço policial, porque estão fazendo "bico", uma atividade extra que não é legalmente permitida.

O que a PM está fazendo para minimizar o problema, segundo Araújo Silva, é tentando melhorar as condições de trabalho, com o fornecimento de armas e equipamentos e, ainda no caso dos policiais que procuram uma atividade extra, fazer a incorporação do subsídio, que foi determinado recentemente pelo governo estadual.

Araújo Silva confirma que já existem casos em que o policial, flagrado em outra atividade, inclusive com carteira assinada, já foi chamado para decidir se fica ou se desliga da PM para permanecer trabalhando em outro local: "O estatuto da Polícia Militar não permite outro vínculo empregatício".

Além dos nove policiais mortas, em serviço ou de folga, a ACS contabiliza que 11 soldados ficaram feridos este ano em Natal e no interior. "Nós não só lamentos as mortes desses homens, como ficamos bastante preocupados. Até porque atribuímos isso principalmente à questão da impunidade", diz o presidente da ACS-PM, Roberto Campos.

Este ano, no Rio Grande do Norte, dois policiais militares foram mortos durante um ação. Os crimes ocorreram no dia 05 de setembro. Jovanez de Oliveira Borges e Antônio Pereira Pinto Neto foram assassinados na BR-101, em São José de Mipibu.

Fonte: tribunadonorte.com

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