sábado, 9 de junho de 2012

ATAQUES A TERMINAIS ELETRÔNICOS NO RIO GRANDE DO NORTE


Mais de 10 terminais eletrônicos já foram atacados em 2012 no Rio Grande do Norte


Os ataques de quadrilhas especializadas contra terminais eletrônicos de agências bancárias voltaram a se intensificar no Rio Grande do Norte. Essa é a visão que tem a delegada Sheila Freitas, titular da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor). A Deicor é o departamento da Polícia Civil designado para a condução de inquéritos que apuram as circunstâncias de caixas eletrônicos corrompidos e tentam encontrar os responsáveis pelo roubo do dinheiro. Levantamento realizado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE aponta o registro de, ao menos, onze ataques durante o ano de 2012.

A estatística se intensifica durante o mês de maio e junho, onde, somados, registraram cinco casos. O mais recente ocorreu durante a madrugada de ontem no município de São José de Campestre, a cerca de 100 quilômetros da capital. Lá, terminais do Banco do Brasil foram explodidos, mas os criminosos não conseguiram fugir com o dinheiro. "Os ataques haviam cessado durante o começo desse ano, mas reiniciaram nos últimos meses", informou a delegada Sheila Freitas.

Dentre o padrão identificado pelos números levantados, percebe-se que a maioria dos ataques tem ocorrido no interior do Estado. Os bandos aproveitam a fragilidade da polícia, que em muitos municípios não contam com efetivo da Polícia Civil e com frágil estrutura da Polícia Militar, para sediar os ataques. Na região Metropolitana da capital, ocorreram três ataques - um em Parnamirim, um no bairro das Quintas e outro no Alecrim. Municípios como Montanhas, Baraúna, Mossoró, Boa Saúde, Serra Negra do Norte, São Miguel do Gostoso e Santa Maria já assistiram a episódios criminosos dessa natureza.

Apesar da intensidade, a delegada Sheila Freitas disse não enxergar essa realidade como preocupante, esclarecendo que em outros Estados do país ocorrem casos ainda com maior freqüência. "São casos de difícil solução e que estamos utilizando as ferramentas que temos à mão para resolver", disse. Ela esclareceu que a maioria dos integrantes dessas quadrilhas são de fora do Estado. Os ataques se dividem em duas modalidades: explosão ou com uso de maçarico. Para a delegada, aquela que demanda maior especialização é o arrombamento de caixa utilizando maçarico. "Isso porque tem que saber onde agir para saber abrir e isso em tempo recorde".

Durante o mês de abril desse ano, a equipe da Deicor, chefiada pelo delegado Normando Feitosa, flagrou uma quadrilha que pretendia atacar um comércio na cidade de Coronel Ezequiel, a cerca de 150 quilômetros da capital. Na ação, dois homens foram presos e um acabou morto. No veículo, além de armas e munições, um equipamento utilizado em arrombamento de caixas eletrônicos também foi encontrado. 

Sheila Freitas evitou comentar o teor das investigações em andamento. Acrescentou ainda que aguarda as informações a serem repassadas pela Polícia Civil em São José de Campestre para esclarecer o caso. 

Bandidos não conseguem levar dinheiro

Ousadia e planejamento criterioso. Assim pode ser definida a explosão de dois caixas eletrônicos do Banco do Brasil na agência de São José do Campestre, cidade localizada a 106 quilômetros de Natal, na região agreste do RN. O crime ocorreu na madrugada de ontem. Apesar de terem conseguido explodir os caixas, a ação dos criminosos não teve êxito, uma vez que o dinheiro não foi roubado. A explosão destruiu totalmente a agência, que fica localizada no Centro de Campestre. De acordo com informações da PM, oito criminosos teriam chegado ao local e  dinamitado os caixas por volta das 2h30 da madrugada de ontem. Para fuga, usaram dois carros, que segundo testemunhas, seriam um Palio e uma caminhonete.

Chamou mais atenção o fato de  que na cidade de Passa e Fica, a 18 quilômetros de Campestre, estava ocorrendo a Operação Fronteira na mesma hora da explosão. "Os marginais nem se incomodaram com isso", disse o major Genilton Tavares. A agência ficou totalmente destruída. O policiais do destacamento local chegaram à agência e encontraram o local totalmente cheio de destroços e poeira, que só baixou depois de cerca de 20 minutos. Cerca de 90 dias atrás, a mesma agência havia sido de alvo de ladrões que usaram maçaricos para arrombar os caixas. Naquela ação, os criminosos levaram uma quantia ainda não revelada em dinheiro.



Publicação: 06 de Junho de 2012 às 00:00


Fonte: Tribuna do Norte.

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